sexta-feira, 6 de julho de 2012

Morangos Silvestres



Cultive e seja fiel aos bens da sua infância - é o que ensina este ótimo filme do sueco Ingmar Bergman.

O Dr. Isak Borg, personagem central do filme, é um médico e professor de idade que dedicou a vida ao trabalho, ao estudo e à ciência, deixando de lado a família e os amigos. Aliás, ele não tem amigos, senão uma rígida empregada, uma nora que o odeia e um filho distante.

Lá pelas tantas ele passa a sofrer de sonhos de significados cifrados; é tocado por estas "revelações" e daí decide que deve viver um pouco a vida e, no possível, reparar os danos históricos que causou a si mesmo.

A viagem necessária para receber um prêmio por mérito médico já não é feita na impessoalidade de um avião, mas de carro e na companhia de sua nora. No caminho, visita a sua casa de infância (onde, ao lado do canteiro dos morangos silvestres, contempla momentos passados) e conhece alguns outros personagens (o vivaz trio de enamorados; o estressante casal em eterno atrito; os simples e amáveis trabalhadores de sua cidade natal; a velha mãe que finge não ter saudades do filho), o que transforma uma viagem banal em uma experiência única.

A mensagem do filme é sutil: "Vivamos!", é o grito mudo que se ouve ao final.

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